Alcançar o estado de felicidade na adolescência depende muito de como se lida com a instabilidade física e mental comum nesse período. Os jovens, acostumados a prazeres facilitados pelos adultos na fase da infância, passam a ser cobrados pela sociedade e obrigados a assumirem uma postura de responsabilidade que na maioria das vezes não lhes agrada, principalmente porque se vêem desprovidos de ajuda.
As pressões sociais estão entre as causas mais comuns da infelicidade na adolescência. A família e os educadores pressionam os jovens para se preparem pro mundo dos adultos: uma profissão, uma emprego, um relacionamento sério, obediência às regras de conduta... e assim os planos de ser um adulto responsável e maduro acaba se tornando um caminho cheio de espinhos e desesperador.
Outra causa muito comum são os problemas de adaptação ao novo corpo e mente. Os adolescentes se sentem perdidos entre tantos modelos físicos apontados como sendo o ideal e as inúmeras linhas de pensamento. O medo de não ser aceito pelos outros muitas vezes trás pânico e reclusão. A necessidade de ser diferente, de chamar a atenção através de sua imagem pessoal ou atrelada a um grupo faz com que muitos entrem em conflitos com o mundo dos adultos.
Destacamos também a falta de segurança, fruto da instabilidade entre o mundo infantil desprovido de responsabilidades e o mundo pré-adulto repleto de obrigações e isento de direitos. O adolescente reclama da falta de liberdade e independência, mas tem medo de enfrentar a realidade sozinho. A insegurança acaba gerando uma sensação de solidão.
Podemos citar também a dificuldade de conter os impulsos sexuais, que na maioria das vezes pode ser vista como imoralidade. A infelicidade pode estar ainda na frustração de um romance que não se concretizou como um conto de fadas, ou num simples sentimento de fracasso perante um rendimento insuficiente em algum desafio que a vida cotidianamente nos impõe.
A infelicidade do adolescente se manifesta através de atos de grosseria, do uso de vocabulário indevido, da exigência de bens materiais, do maltrato à sua aparência pessoal, do desdenho com a família, do desinteresse pelos estudos, etc.
Cuidado! A forma mais usada por eles para se livrar desses problemas é fugir de casa e tentar se virar para ganhar a vida. Nessa hora, o mundo dos vícios e das más companhias entram sempre em ação.
Devemos nos lembrar que a fase é passageira e mesmo tendo inúmeros motivos para perdermos a paciência, vale a pena tentarmos entender nossos adolescentes, com calma e sabedoria.